terça-feira, 19 de maio de 2009

"submissa, a mulher que se propõe ser melhor".

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Não sou do tempo em que as mulheres, no geral, eram submissas aos homens em todos os aspectos e não por sua vontade, mas ouvi histórias....Cresci ouvindo que a mulher moderna foi uma conquista, que antigamente elas não podiam trabalhar fora, dirigir, ter mais que um namorado na vida e as que eram FORMADAS em corte e costura tinham um valor imenso... mulher era mesmo para procriar, servir ao marido e cuidar dos filhos... Até que cansaram dessa vida e resolveram mostrar que existia uma personalidade atrás da mulher, que existia o direito de escolha, a força e se revolucionaram rasgando sutiãs em praça pública.

Vitória da mulher. Mostrou que pode, que tem inteligência e força!

Cresci vendo minha mãe trabalhar, comandando a casa tanto quanto meu pai, meus irmãos namorando, as namoradas trabalhando, juntando dinheiro para comprar casa p/ se casarem, dividindo a conta do restaurante, cinema, enfim....
E minha mãe, as vezes, reclamava dessa postura dos filhos, dizendo que na época dela os homens eram mais cavalheiros e o pai defendendo dizendo que as mulheres eram mais amorosas, cuidavam melhor da casa, etc e tal...

Não sei se por eu ter personalidade forte, por eu ser um pouco “topetuda” ou se por criação mesmo, cresci achando que é isso mesmo, que tem que ser tudo de igual p/ igual e que hoje em dia a mulher se banca portanto tem todo o direito de “gritar” tanto quanto o homem... Em meus relacionamentos eu sempre queria dar a ultima palavra.... Fazia o que eu queria, usava a roupa que eu queria, frequentávamos os lugares que eu queria pq. Eu tinha DIREITO de escolher. Uma louca rasgou o sutiã em praça pública, conquistou os direitos e cabia a mim usufruir desses direitos.

Mas senti também que os homens ganharam e muito com isso, como por exemplo, não precisarem mais ter que ser preocupar, cuidar de um ser que estava se mostrando tão forte. “A MULHER”... outros ficaram folgados mesmos, cavalheirismo virou raridade...

Eu me descobri “diferente” muito novinha, mas sempre tentei fugir disso... não aceitava.

Até que fui amadurecendo, me tornei mãe e fui percebendo no ser tão forte que é a mulher... o quanto ela conseguiu evoluir com o passar dos anos... e que não podia estacionar... as mulheres que revolucionaram no passado, foram contra a sociedade, enfrentaram todos, no escuro ou seja, sem saber o que ainda estava por vir, fizeram pelo seu bem estar, em busca de progredir, tiveram muita força sim.

E eu seguindo a risca essa “evolução” das mulheres, a evolução da sociedade, seguindo a risca as novas regras... eu, em meu interior estava completamente satisfeita e feliz?

A mulher é inteligente sim, é forte, batalhadora e eu estava mostrando minha força não me submetendo a ninguém, lutando na vida, conquistando meu espaço, fazendo o eu queria fazer... Fazendo o que eu queria fazer? Ou de repente agindo conforme a sociedade esperava que eu agisse?

Melhor serem escravas da sociedade ou de seus desejos?
Em época que eu não vivi, foi atribuída à curiosidade feminina uma conotação negativa, enquanto a masculina era chamada de curiosidade investigativa. E eu estava agindo como que antigamente, reprimindo minhas curiosidades, meu conhecimento.

E o que eu deixei trancado no armário? O que não é como aparenta ser? O que eu sei no fundo de mim mesma que preferia não saber? Que parte de mim foi morta ou está agonizando?

Resolvi dar atenção aos meus desejos e descobri a submissa, não tolinha, como eu pensava antes, que não sabe ter atitudes, que precisa se apoiar em um outro, que não tem escolhas, direitos, que é reprimida e que deixa de viver... Mas sim a mulher forte, que batalha pelo que deseja, que não precisa gritar, mandar, decidir, para se sentir realizada.
Aprendi que conquisto muito mais minha realização, sendo dócil, servindo, me ENTREGANDO ao controle, a condução.
Isso sim é um ato de coragem, vc se permitir ser aquilo que te dá prazer. Ser MULHER com todas as letras.
"SOU SUBMISSA" O orgulho, por enquanto, está em poder ser, em me permitir me conhecer, em ser MULHER o suficiente para ir contra o que me foi apresentado, ir contra o fácil modo de viver, aquele que é aceito na sociedade, que é o normal.
Que bom.... que força tenho eu que preciso ser discreta com meus prazeres, que preciso ter sempre um cuidado redobrado para que o meu modo de querer viver não afete ninguém...
Que força tenho eu! Como somos ( mulheres submissas ) seres iluminados, sendo é inadmissível ver a quantidade de perfis de submissas tristes, se sentindo inferiores, infelizes e muitas outras coisas mais que vemos em perfis de orkut...
Somos o que queremos ser. e realmente colhemos aquilo que plantamos.
Cheguei ao topo?
Estamos em constante evolução e eu, ainda quero muito mais....
Tenho aprendido muito me conhecendo como submissa. Hoje, ainda me considero uma mulher forte, inteligente, cheio de qualidades que nem vou citar aqui... rsrsrsr Mas uma mulher com muitos defeitos também, defeitos esses, que a submissa tem me ajudado a melhorar...
Exemplo?
Eu não sabia contar até dez antes de responder a alguém... rss
E ser submissa p/ mim é chegar a esse nível de tornar a mulher melhor.
Beijos
Annye
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Um comentário:

Mestre Rui disse...

Texto muito interessante. estou adicionando um link para ele no blog de minha escrava, recém criado.